quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Olho no espelho e me vejo ao meu lado

Posto-me frente ao espelho. Miro-me, atiro-me.
Tanto me olho, não por vaidade ou por narcisismo. Por egoísmo então seria? Seriamente esguia minha vergonha face ao ego, tanto nego, tento tanto.
- Vai à merda, nêgo ego!
- Ô, meu preto - responde-me meu ego - se à merda eu for, não te iludas, junto declina tua auto-estima.
Mas que clima! Eu sozinho, pianinho, minha imagem, eu reflito, aflito e o espelho não nega. Vago em pensamentos, cego para os lamentos.
Busco então estar tranquilo. Todavia, sem vacilo, corri louco e ofegante ao primeiro sinal que lançou minha amante. Minha mente agora entende, de egoísmo não se trata, apenas fora ausência de afago.
- Por sua vez, por outro lado, egocentrismo traz prejuízo, ego amigo.
E o ego, à casa do caralho! Sou nada e sou supremo, suprassumo do sem rumo, destinado ao avesso.
Minha história se constrói do fim para o começo.